O que fazer quando os sonhos resolvem, todos juntos, tomar conta da sua sala sem pedir permissão? Quando aparecem na madrugada dos teus dias de chuva com a energia de sol viçoso?
De fato, esperam de você o convite para um cafezinho, um dedo de prosa... fixam-se ali...aguardam ansiosos seus momentos.
Tem
sonhos pra todo gosto, os vestidos com letras – estes são os mais confusos – dizem tanto
quando se calam. São misturas que falam um idioma já desconhecido, mas reconhecido.
Alguns cantam com voz de embaladeira de sono. Guardam canções que fazem lembrar vinhos, casas, ônibus, invernos. Há os que ao pé do fogão provam alimentos jamais experimentados, momentos desejosos em se tornarem realidade pagã.
Por
mais que pareçam felizes, mostram-se nervosos. Trazem naquele espaço
uma necessidade incomum de alteração, àquele espaço já não os cabem. Já
estão crescidos.
Um grita: “_ Eu quero o assento principal, preciso ser chegada.”
Eu apenas ouço. Apenas olho. Eu, ainda, nada sei.
