3 de junho de 2011

10 contribuições para mobilizadores das redes sociais

As redes sociais alcançaram escala global nos últimos anos. O Orkut, desde a sua criação ganhou popularidade no Brasil. O Facebook, criado por Mark Zuckerberg, ex-estudante da universidade de Harvard, ocupa a quinta posição no ranking dos sites mais acessados na atualidade e o Twitter, criado em 2006, se tornou uma ferramenta popular de comunicação recebendo em média 140 milhões de mensagens diariamente.
O recorte acima aponta para a responsabilidade e cuidado daqueles que se aventuram na utilização das mídias socais enquanto instrumento sociail de mobilização de conceitos e ideologias. Como sugere Pierre Lévy, as redes além de revelar nossas opiniões nos desvelam ao outro permitindo que os sujeitos nos conheçam e/ou reconheçam a partir dos sentidos e significados grafados, apresentados em nosso discurso.
Assim, é importante compreender que mesmo estando num espaço virtual e muitas vezes distante dos receptores da mensagem, a compreensão de quem decifra a informação será real. As tecnologias apresentam a cada um de nós a possibilidade de vivenciar mais uma sociedade e, assim sendo, os mesmos critérios e acordo sociais deverão ser levados em consideração nas redes.
Até poucos anos se discutia a globalização a partir das relações econômicas, hoje, a discussão enfrenta além da mobilidade do capital as possibilidades de mobilidades tecnológicas. As tecnologias têm favorecido a circulação humana para além do físico. A circulabilidade de ideias, informações, conceitos a partir do ambiente doméstico é realidade na contemporaneidade. Da casa de cada indivíduo é possível consumir, trabalhar, votar, participar. As redes sociais atuam como “uma outra” referencia de ação social tão importante quanto os instrumentos de comunicação tradicionais (encontros, seminários, comícios, palestras, etc.), elas inauguram novas formas de existir e de participar enquanto cidadãos. Conforme Lévy, as tecnologias compõem uma nova forma de articulação entre os sujeitos dentro de uma esfera pública também nova.
Como o jovem pode mobilizar nessa nova esfera pública? Quais critérios podem ser adotados para dar empoderamento ao discurso e agregar valor à mediação das opiniões? Estas duas questões foram apresentadas a mim num encontro de formação realizado na Fundação Visconde de Cairú, em Salvador, no ano passado. Na oportunidade apresentei algumas possibilidades que, pela dinamicidade das relações, podem ser transformadas. Vejamos:
 
  1. Mobilizar em redes sociais não é tarefa fácil. É preciso entender que não se trata de falar para qualquer sujeito, portanto é fundamental definir os objetivos do perfil/profile e o foco do discurso. Por exemplo, você pode escolher por discutir sobre educação, saúde, política, movimento estudantil, esporte ou atualidades, mas nunca sendo generalista. O profile não é um liquidificador de ideias e quem segue precisa compreender o seu objetivo. Nunca fale de tudo, siga o objetivo;
  2. As redes sociais atuam na configuração de “uma outra sociedade”, sendo assim, tome os mesmos cuidados usados para sair às ruas por exemplo. Verifique qual a sua roupagem, como está se mostrando, quais cores lhe identificam. Observe como se configura a sua “cidade virtual” e seja um diferencial positivo nela. Então, cuidado na seleção das imagens, das palavras, dos links...
  3. Sempre responda as mensagens. Mobilizar implica respeito ao outro que compartilha o mesmo espaço social. Quanto mais próximo você estiver de quem lhe segue, maior o potencial de aceitação dos conceitos apresentados. Assim, não esqueça as saudações e elogios quando necessários;
  4. Siga todos que lhe seguem. Maior demonstração de respeito aos sujeitos interessados por tuas ideias e um mecanismo interessante para controle do que eles constroem sobre você;
  5. Muitos mobilizadores confundem mobilização com apresentação de informações. Equívoco primário. Mobilizar é chamar o outro para o objetivo. É fundamental que o contato se passe pelo crivo do sentir. Quem mobiliza em redes não pode esquecer que só o espaço é virtual, as relações permanecem sendo humanas e os sentimentos reais. É se aproximando do sujeito histórico que o conquistamos para as propostas, não apenas apresentando informações das propostas;
  6. Estabeleça tempo para a apresentação e mediação das informações. O excesso de mensagens informativas afasta o seguidor e não garante os objetivos. A didática da mobilização impera os mesmos códigos do discurso social. Não acredito que você gostaria de ter como amigo uma pessoa que a toda hora lhe apresentasse um assunto. É preciso tempo para que o seguidor se aproprie da informação...enquanto isso aproveite para ampliar o vínculo de contato com os novos seguidores;
  7. Um dos equívocos dos jovens que usam as mídias globais para favorecer algum tipo de mobilização está na crença de que bastou postar o dado que os seguidores farão a leitura. Engano. É importante observar o horário que a maioria dos seguidores acessa as redes e motivá-los para a leitura dos textos bem antes da publicação;
  8.  Promova. Mobilizar é, pelo crivo do sensível, mudar de um lugar para outro. Faça gincanas, apresente-se por videoconferências, organize encontros setoriais, crie enquetes;
  9. Fale sempre a verdade e seja, na prática, exemplo do discurso mobilizado. Lembre-se que você faz comunicação nas redes sociais com o usuário que está fiscalizando o tempo todo, o que é importante para a qualificação e aprimoramento das ações. Estamos na geração que não faz das redes sociais modismo, mas que as utilizam enquanto comportamento. A geração Y é a geração que compara e seleciona informações;
  10. Crie parcerias. É impossível mobilizar sozinho. É imperioso estabelecer trocas com outros usuários nas redes. Produza conteúdos para os parceiros e solicite informações gratuitas, receba colaborativamente conteúdo dos outros usuários

     Lembre-se: Ao utilizar as redes sociais você já não está mais em casa!

      7 comentários:

      Rose Bassuma disse...

      Junior,

      Parabéns pelo blog,
      A interação social, cujo objetivo é buscar conectar pessoas e proporcionar a comunicação é cada vez mais crescente e seguir condutas de responsabilidade e respeito são muito importantes.
      Não tenha dúvidas que nossa contribuição no Bem, na ética para a sociedade é estratégico para as mudanças que queremos no mundo.

      Grande abraço,
      Rose Bassuma

      Arturo disse...

      Belo texto. Ótimas dicas, professor.

      CULTURA & MORPARÁ disse...

      Escelente...

      Anônimo disse...

      Perfeitas colocações!!!

      beijosss

      Cal Pinheiro disse...

      Isso é o que chamo de "Os Dez Mandamentos do Mobilizador" ... rs

      Bravo, amigo!

      Sem tirar, nem pôr ...

      Por muitas vezes esquecemos que mobilizar é, principalmente, interagir! Não apenas lançar informações na espera de que outros as leiam, mas sobretudo conquistar leitores que participem contigo.

      Fazer com que quem te siga se sinta motivado para não só continuar seguindo, mas que também passe adiante todo o seu objetivo naquele determinado espaço.

      Muito boa explanação. Parabéns!

      Unknown disse...

      Parabéns!

      Blog informativo e interativo.
      Abraços.

      Dárcy Vera

      Unknown disse...

      Parabéns!

      Blog interativo e informativo.
      Sucesso.

      Dárcy Vera

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